O furacão Melissa, de categoria 5, atingiu a Jamaica nesta terça-feira (28) com ventos catastróficos e potencial para inundações e deslizamentos de terra generalizados, tornando-se um dos furacões atlânticos mais fortes já registrados na história.
De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), o Melissa tocou o solo na região de New Hope, no sudoeste da ilha, deslocando-se para o norte-nordeste a 15 km/h. O centro do furacão foi localizado a cerca de 40 km a sudeste de Negril e 235 km a sudoeste de Guantánamo, em Cuba. As rajadas de vento ultrapassam 295 km/h, com picos de até 322 km/h nas regiões montanhosas, provocando destruição em larga escala.
As autoridades jamaicanas alertaram para o risco extremo e pediram que os moradores busquem abrigo. “Jamaica, este não é o momento de ser corajosa”, declarou Desmond McKenzie, vice-presidente do Conselho de Gestão de Riscos de Desastres da Jamaica. Já o primeiro-ministro Andrew Holness afirmou que o país enfrenta “o furacão mais forte desde o início dos registros, há 174 anos”, e destacou que “não há infraestrutura capaz de resistir a uma categoria 5”.
Em Kingston, a capital, as ruas permaneceram praticamente desertas, enquanto ventos violentos derrubavam árvores e arrancavam telhados. Apenas alguns pedestres se arriscavam sob as rajadas, e um cão de rua solitário foi visto atravessando poças d’água sob o temporal.
O Ministro da Saúde, Christopher Tufton, informou que pacientes foram removidos do térreo para andares superiores em hospitais situados na faixa costeira, diante da previsão de uma maré de até 4 metros. “Esperamos que isso seja suficiente para qualquer onda que possa ocorrer”, afirmou.
De acordo com Michael Brennan, diretor do Centro Nacional de Furacões, o cenário é “extremamente perigoso, com falhas totais em construções e danos devastadores esperados”. O especialista em furacões Michael Lowry classificou o Melissa como “o pior cenário possível para a Jamaica”, sendo o quinto furacão mais intenso da história do Atlântico em termos de pressão atmosférica e o mais forte a atingir uma costa desde o furacão Dorian, em 2019.
Relatos iniciais apontam quedas de energia em larga escala, deslizamentos de terra e árvores derrubadas. Equipes de resgate permanecem de prontidão para atuar assim que as condições permitirem. “Temos barcos, helicópteros, tudo o que você imaginar”, garantiu McKenzie.
Após atravessar a Jamaica, o Melissa deve seguir em direção a Cuba, ainda com intensidade significativa. Segundo meteorologistas, o impacto completo da tempestade só poderá ser avaliado após sua passagem, mas o governo já prevê graves danos estruturais e humanitários em todo o território jamaicano.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: Associated Press
