A cultura da mandioca enfrenta desafios em diversas regiões do Rio Grande do Sul devido às baixas temperaturas e à ocorrência de geadas. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (31) pela Emater/RS-Ascar, os impactos climáticos têm comprometido tanto a disponibilidade de material propagativo quanto a comercialização da produção, que apresenta preços em queda.
Na região de Santa Rosa, foram cultivados mais de 6 mil hectares com mandioca, destinada ao consumo humano, à produção de polvilho e, em períodos de escassez de forrageiras, à alimentação animal. A produtividade média alcança 15.417 quilos por hectare, e a qualidade do produto é considerada satisfatória. Contudo, as geadas recentes ameaçam o estoque de manivas, principalmente entre os produtores que não conseguiram armazenar o material de forma adequada. O preço da raiz in natura caiu para R$ 4,00 por quilo, enquanto o quilo da mandioca industrializada está sendo comercializado a R$ 7,00.
Na região de Soledade, o frio também comprometeu as manivas, o que provocou um aumento na procura por ramas para plantio. Muitos agricultores passaram a buscar material em outros estados para garantir o próximo ciclo. Já nos municípios de Venâncio Aires e Mato Leitão, os produtores iniciaram o preparo do solo para o plantio em agosto.
Em São José do Hortêncio, na região de Lajeado, a rotina de manutenção das lavouras segue. Um movimento crescente tem sido a busca por legalização da produção de mandioca descascada e congelada, o que, segundo técnicos da Emater, reflete uma demanda por produtos práticos e representa uma possibilidade de agregação de valor. No entanto, a baixa procura na Ceasa tem pressionado os preços: cerca de 70% da área já foi colhida, e o valor da caixa de 20 quilos oscila entre R$ 20,00 e R$ 25,00.
Em Cruzeiro do Sul, a colheita está próxima do fim. A produtividade gira em torno de 15 toneladas por hectare, com raízes de boa sanidade. Os preços pagos variam entre R$ 15,00 e R$ 20,00 por caixa de 20 quilos. Assim como em outras regiões, as geadas prejudicaram o estoque de ramas para propagação, o que pode dificultar o início do novo ciclo em agosto.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper