Na última semana, a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) apresentou sua agenda legislativa para o ano de 2025, com a presença de autoridades do governo e da Assembleia Legislativa. Entre os participantes estavam o secretário de Agricultura, Edivilson Brum, em sua primeira visita à instituição, o secretário de Desenvolvimento, Ernani Polo, o presidente da Assembleia Legislativa, Pepe Vargas, e o líder do Governo na Assembleia Legislativa, Frederico Antunes, além de onze deputados estaduais.
Durante a abertura do evento, o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, destacou a relevância do setor agrícola para a economia do estado, que representa mais de 40% do PIB gaúcho. O dirigente fez questão de abordar a difícil situação que os produtores têm enfrentado, após uma sequência de estiagens e inundações que devastaram a produção agrícola do estado. “De 2020 a 2024, deixamos de colher 40 milhões de toneladas de grãos. Sem nem considerar essa safra, o povo gaúcho já perdeu mais de R$ 160 bilhões. Se considerarmos o agronegócio como um todo, vamos a R$ 360 bilhões. Isso é dinheiro que deixou de circular no Estado”, afirmou.
O evento também contou com uma apresentação do assessor da Presidência da Farsul, Luís Fernando Pires, que distribuiu aos parlamentares uma cartilha detalhando os projetos de lei que impactam diretamente o setor do agronegócio, além da posição da Farsul sobre cada um deles. A cartilha abordou temas como irrigação, segurança fundiária, defensivos agrícolas e o direito à propriedade privada, questões essenciais para o desenvolvimento sustentável do setor.
O economista-chefe da Farsul, Antonio da Luz, aprofundou a discussão sobre o atual cenário de endividamento dos produtores gaúchos. Ele destacou que quatro dos cinco maiores complexos industriais do estado estão diretamente relacionados à produção de grãos. “Se eu não tenho grão, eu não tenho produção industrial. Não é à toa que de 2020 para cá, por conta desse ciclo terrível, o Rio Grande do Sul está 12 pontos percentuais abaixo do PIB do resto do País”, afirmou Da Luz. O economista fez um apelo para que o estado encontre soluções para os problemas climáticos e estruturais, ressaltando que medidas como a renegociação de dívidas e a criação de novas linhas de crédito são essenciais para aliviar a situação dos produtores. “Não bastam só posicionamentos, precisamos de que todas as forças do estado se unam em prol dessas medidas, para trazer um alívio aos nossos produtores”, concluiu.
A Farsul reforçou, com a apresentação da sua agenda legislativa, o compromisso de unir esforços com o governo e os parlamentares para promover políticas públicas que garantam a recuperação e o fortalecimento do agronegócio gaúcho.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper