O governo dos Estados Unidos renovou nesta terça-feira (12) críticas ao Judiciário brasileiro, afirmando, em relatório oficial do Departamento de Estado, que “a situação dos direitos humanos no Brasil piorou ao longo do ano” sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.
O documento acusa o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de censurar apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e restringir a liberdade de expressão na internet. Segundo o relatório, Moraes teria ordenado a suspensão de mais de 100 perfis na plataforma X (antigo Twitter) e a paralisação da operação da empresa no Brasil, após divergências com Elon Musk, dono da plataforma. As medidas teriam sido desproporcionais, afetando jornalistas, políticos e apoiadores de Bolsonaro, contribuindo para a erosão da liberdade de imprensa.
O relatório também destaca que o governo americano aplicou tarifas de 50% sobre produtos importados do Brasil, justificadas por uma suposta perseguição a Bolsonaro e decisões do STF contra empresas americanas de tecnologia. Além disso, os EUA revogaram vistos de oito ministros do Supremo, incluindo Moraes, como forma de pressionar o Judiciário brasileiro.
O documento ajusta-se à diplomacia do presidente Donald Trump, exaltando governos aliados, como El Salvador, mesmo diante de restrições de liberdades individuais, e criticando regimes de esquerda na América Latina, como Venezuela e Nicarágua, onde aponta piora na situação dos direitos humanos. Também foram citados países europeus, como Reino Unido, Alemanha e França, por restrições à liberdade de expressão.
Até a noite desta terça-feira, Itamaraty e STF não haviam se manifestado oficialmente sobre o conteúdo do relatório.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper