Na última semana, o TEAcolhe de Espumoso recebeu a visita do jornalista Fernando Kopper para detalhar o funcionamento do programa e mostrar o impacto direto que tem gerado na vida de famílias da região. A coordenadora e psicopedagoga Rocheles dos Santos Amaral explicou que o espaço, mantido com apoio do governo estadual, se tornou um centro regional de referência, atendendo 14 municípios do entorno, entre eles Soledade, Tapera, Alto Alegre, Ibirapuitã e Fontoura Xavier.
Implantado de forma definitiva após o período da pandemia, o TEAcolhe tem por objetivo organizar e fortalecer as redes de atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), oferecendo avaliações especializadas e capacitação profissional. Diferente do que muitos imaginam, o programa não realiza terapias contínuas, mas atua como porta de entrada e orientação técnica para famílias e profissionais que lidam com o autismo.
De acordo com Rocheles, o centro de Espumoso realiza em média 150 atendimentos por semana, entre consultas, avaliações e orientações. “Hoje temos mais de 80 crianças em acompanhamento, vindas de diferentes municípios. Cada caso passa por um processo de avaliação multiprofissional, que envolve médico neurologista, psicopedagogo, psicólogo e fonoaudiólogo. A partir disso, o laudo é emitido e a criança retorna ao seu município para dar continuidade às terapias”, explicou.
Além da equipe básica exigida pelo programa, a unidade de Espumoso oferece hidroterapia e fisioterapia, o que tem atraído uma demanda crescente de outras cidades. “Somos uma das poucas unidades que oferecem esses serviços complementares. Isso reforça o compromisso do município em ir além do mínimo exigido”, acrescentou a coordenadora.
Rocheles destacou ainda que o TEAcolhe atua fortemente na formação de profissionais das redes municipal e regional, promovendo cursos e capacitações para professores, monitores, agentes de saúde e assistentes sociais. “Trabalhamos com quem trabalha com o autista. Nosso papel é preparar as equipes que estão no dia a dia com essas pessoas, garantindo um atendimento mais humanizado e consciente”, afirmou.
O programa também tem um papel essencial de acolhimento às famílias, muitas vezes o primeiro ponto de apoio após a suspeita de autismo. “A família pode nos procurar diretamente, sem necessidade de encaminhamento. Basta ter uma hipótese de diagnóstico para que possamos iniciar a avaliação. Sabemos que o primeiro passo é o mais difícil, e o TEAcolhe está aqui justamente para orientar e amparar”, completou.
Hoje, o TEAcolhe de Espumoso é reconhecido como referência para toda a microrregião, atuando de forma integrada com as redes de saúde, educação e assistência social. Segundo Rocheles, o desafio é permanente. “É um trabalho que exige atualização constante. Avaliar, capacitar e acompanhar não é simples, mas é o que dá sentido à política pública que representamos”, concluiu.
Com estrutura ampliada, equipe qualificada e forte atuação formativa, o TEAcolhe de Espumoso reafirma seu papel como núcleo de acolhimento e conhecimento, contribuindo para uma rede mais preparada e sensível às pessoas com autismo e suas famílias.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
