O empresário Marcelo Marques, candidato à presidência do Grêmio no pleito deste ano, anunciou nesta sexta-feira (11) a compra dos créditos da Reeve e dos direitos de gestão da Arena Porto-Alegrense. O investimento total chega a cerca de R$ 120 milhões, segundo documento da Reeve ao mercado, obtido pelo colunista Hiltor Mombach, do Correio do Povo. A operação pode representar o fim de uma longa disputa pela administração do estádio gremista.
“Com muito carinho e respeito ao Grêmio, anuncio que acabamos de assinar a compra dos créditos da Reeve e a compra dos direitos de gestão da Arena Porto-Alegrense”, declarou Marques em comunicado. “Como toda negociação desse porte, existe um passo a passo para ser seguido até que o imóvel Arena e sua gestão sejam transferidos ao Grêmio.”
Marcelo Marques afirmou que irá entrar em contato com o atual presidente do Grêmio, Alberto Guerra, para definir os próximos passos. Ele também destacou que não há mais possibilidade de desistência por parte da Arena Porto-Alegrense e da Reeve, fundo classificado como “abutre”, que havia adquirido parte da dívida da Arena junto ao Santander e ao Banco do Brasil.
A Arena foi construída pela construtora OAS com recursos provenientes de financiamento com incentivos federais e estaduais. Com o tempo, o Grêmio adquiriu parte da dívida junto ao Banrisul e passou a buscar maior controle sobre o estádio. A gestão da Arena, no entanto, sempre foi alvo de conflitos entre o clube e os administradores, situação que se agravou em 2024, com críticas públicas do Grêmio às condições do gramado e ao tratamento dado à torcida.
Desde dezembro de 2024, o clube deixou de pagar cerca de R$ 2 milhões mensais à gestora da Arena, passando a compensar esse valor como abatimento nos créditos que possui. Esse valor está relacionado à migração dos sócios do antigo estádio Olímpico para a nova Arena, e faz parte de um montante original de R$ 130 milhões, corrigido pela taxa Selic mais 1% ao mês.
O anúncio de Marcelo Marques promete movimentar o cenário político do clube e reacender o debate sobre o futuro da Arena, cuja gestão se arrasta em impasses desde antes da inauguração do estádio, em 2012.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper