A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (08) um empresário de Pelotas, suspeito de liderar um complexo esquema criminoso envolvendo a venda de produtos ilegais, sonegação fiscal, obtenção de empréstimos fraudulentos e lavagem de dinheiro por meio de uma rede de franquias de acessórios para celular. A operação, que contou com o apoio da Receita Federal e da Anatel, também apura a participação de doleiros no esquema de movimentação financeira ilegal.
Segundo a PF, o investigado, que não teve o nome revelado, mantinha uma vida de luxo, ostentando veículos de alto padrão, relógios caros e viagens internacionais nas redes sociais. A investigação revelou que o grupo criminoso criou uma rede com cerca de 60 franquias espalhadas por diversos estados, incluindo lojas em shoppings de Porto Alegre e outras cidades do Rio Grande do Sul.
As franquias operavam com preços muito abaixo do mercado, o que chamou a atenção das autoridades. Durante a operação, cerca de 80 policiais federais cumpriram 22 mandados judiciais, sendo 21 de busca e apreensão e um de prisão preventiva, nas cidades de Pelotas, Porto Alegre e São Paulo (SP).
Os mandados foram cumpridos em lojas, escritórios e residências. Também foram bloqueadas contas bancárias de 18 pessoas físicas e 55 empresas. Houve ainda o sequestro de bens de alto valor, incluindo 20 veículos terrestres, cinco embarcações, 12 imóveis e participações societárias.
Na operação, a PF apreendeu 15 veículos, 16 relógios de luxo, 20 celulares, diversas joias e dinheiro em espécie: R$ 35,4 mil, US$ 1.050 e 4.750 euros. Também foram localizados dois speed wallets, carteiras digitais para transações com criptomoedas.
Conforme a delegada Shirley Caselani, responsável pela investigação, as franquias eram registradas em nome de “laranjas”, pessoas sem patrimônio, para ocultar a identidade do verdadeiro líder do esquema. As mercadorias vinham de São Paulo com notas fiscais falsas e os pagamentos aos fornecedores eram feitos por meio de um sistema clandestino operado por doleiros.
O inquérito foi instaurado em novembro de 2023. A Polícia Federal estima que o prejuízo aos cofres públicos supere R$ 28 milhões, somando créditos tributários em dívida ativa, evasão de divisas, lavagem de capitais e empréstimos bancários obtidos de forma fraudulenta.
A investigação segue em andamento e novas prisões não estão descartadas.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper