Na noite de terça-feira, 03/06, a Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, foi palco do lançamento estadual da 45ª edição da Coxilha Nativista — o mais longevo festival de música nativista do Rio Grande do Sul. A cerimônia marcou também o início de uma programação especial que une duas expressões culturais fundamentais do estado: a canção gaúcha e a literatura de Erico Verissimo.

Com o tema “Nos Campos de Erico, Floresce a Canção”, a edição de 2025 será dedicada aos 120 anos de nascimento do escritor cruz-altense. Os troféus entregues aos vencedores do festival levarão nomes de personagens e obras de Verissimo, eternizando sua contribuição à cultura gaúcha. O evento principal será realizado entre os dias 29 de julho e 2 de agosto, no Ginásio Municipal de Cruz Alta, com entrada gratuita.
A programação contará com a 39ª Coxilha Piá, 8ª Coxilha Instrumental, além das iniciativas Coxilha Piá fase local, Coxilha Vai às Ruas, Vai à Escola e Coxilha dos Idosos. A produção cultural é do Instituto Rumo, com co-produção da JBA Produções e R. Morais Produções.
Durante a solenidade, a secretária municipal de Cultura e Turismo de Cruz Alta, Shana Reis, ressaltou a força simbólica do lançamento na capital. “São 45 anos de história ininterrupta. A Coxilha se manteve viva mesmo durante a pandemia e após as enchentes no estado. Ela movimenta toda uma cadeia cultural, representa a alma do nativismo e não pode parar”, afirmou.

Representando o governador Eduardo Leite, o Secretário de Estado da Cultura, Eduardo Loureiro, destacou a importância histórica da Coxilha. “O festival fez e continua fazendo escola no nosso estado. Foi pioneiro ao incluir os jovens, com a modalidade Piá. Muitos músicos começaram ali. É uma contribuição inestimável para a cultura do Rio Grande do Sul”, declarou.
João Bosco Ayala, produtor cultural do evento, também falou sobre sua relação com a história do festival. “Tive a honra de ser jurado quando homenageamos os 100 anos de Erico Verissimo. Agora, 20 anos depois, retorno à produção em um momento igualmente especial. É a união de dois gigantes da nossa identidade”, disse, emocionado.
Presente desde a primeira edição, o deputado federal Bibo Nunes relembrou sua trajetória junto à Coxilha. “Estive na primeira edição, em 1980, como apresentador, no Cine Rio. Acompanho essa história desde o início. A Coxilha é o festival número 1 do RS. Inovadora, tecnológica, mas sem perder sua essência”, destacou.
Já o deputado estadual Rafael Braga apontou o simbolismo da data: “Tenho 45 anos, assim como a Coxilha. Isso é significativo para mim. O festival leva o nome de Cruz Alta para os quatro cantos do estado e do mundo. É um orgulho para todos nós.”
Representando o Executivo municipal, o vice-prefeito Moacir Marchesan Junior frisou a relevância cultural do evento: “Mesmo diante das dificuldades, a Coxilha sempre esteve presente. É assim que mantemos viva nossa identidade e mostramos ao Rio Grande a força da nossa terra.”
Pedro Verissimo, neto de Erico Verissimo, também esteve presente e falou com emoção sobre a homenagem ao avô: “É muito especial ver a obra do meu avô sendo lembrada com tanto carinho. Ele era apaixonado por música e tinha sua própria discoteca, que tratava com apreço. Essa homenagem é profundamente significativa.”
Também marcaram presença no lançamento as prendas Isabela Oliveira Keffori, Lauren Teixeira Côrtes, Pâmela Yasmin Murillo da Silveira; a prendinha Maria Fernanda Cerutti de Oliveira Fiorenzano; e o peãozinho Luan Camargo Perine.
Com 45 edições ininterruptas, a Coxilha Nativista reafirma seu papel como referência na música regional gaúcha, valorizando os artistas locais, celebrando a literatura e preservando as raízes culturais do Rio Grande do Sul.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper