Após atingir seu ponto mais próximo do Sol na última quarta-feira (29), o cometa interestelar 3I/ATLAS voltou a ser visível e confirmou a trajetória esperada pelos cientistas, afastando-se gradualmente do Sistema Solar. O fenômeno foi registrado pela missão PUNCH, composta por pequenos satélites dedicados ao estudo da atmosfera solar, e marcou o retorno do corpo celeste ao campo de visão dos astrônomos após a conjunção solar, momento em que o cometa fica oculto pelo Sol em relação à Terra.
Durante o periélio, ponto de máxima aproximação com o Sol, o 3I/ATLAS apresentou sinais notáveis de atividade, incluindo a formação de uma anticauda incomum, um tipo de rastro luminoso que aponta na direção oposta à cauda tradicional, e a detecção de um possível jato de gás, indicando forte sublimação de materiais voláteis. As análises preliminares confirmaram que o cometa manteve sua rota natural, descartando qualquer hipótese de origem artificial.
Atualmente, o 3I/ATLAS cruza a órbita de Marte, seguindo em direção às regiões mais externas do Sistema Solar. Nas próximas semanas, o objeto será monitorado por diversas missões espaciais, incluindo a JUICE, da Agência Espacial Europeia (ESA), que está a caminho de Júpiter. Entre os dias 2 e 25 de novembro, a sonda utilizará cinco instrumentos para captar dados à distância. Segundo o cientista da ESA Olivier Witasse, devido à baixa taxa de transmissão de dados, os resultados dessas observações só deverão estar disponíveis em fevereiro de 2026.
A maior aproximação do cometa com a Terra está prevista para o dia 19 de dezembro, quando estará a cerca de 269 milhões de quilômetros do planeta. A partir deste domingo (2), será possível observá-lo nas primeiras horas da manhã, próximo ao planeta Vênus, proporcionando um espetáculo astronômico raro e de grande interesse para cientistas e entusiastas da astronomia em todo o mundo.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
