O cometa interestelar 3I/Atlas, descoberto em julho de 2025, continua a desafiar o entendimento da comunidade científica, não apenas por suas dimensões extraordinárias e comportamento físico atípico, mas também por características que têm levado alguns pesquisadores a especular sobre a possibilidade de uma inteligência por trás do objeto. Considerado o terceiro cometa interestelar já avistado na galáxia, o 3I/Atlas possui um núcleo estimado em 5,6 quilômetros de diâmetro e uma massa impressionante de 33 bilhões de toneladas, tornando-o muito mais pesado que os outros visitantes interestelares conhecidos, como Oumuamua e Borisov.
O comportamento do cometa é incomum sob diversos aspectos. Diferentemente da maioria dos corpos celestes que atravessam o Sistema Solar, o 3I/Atlas parece não obedecer completamente à gravidade solar. Pesquisadores de Harvard analisaram dados de 227 observatórios, coletados entre 15 de maio e 23 de setembro de 2025 pelo Minor Planet Center, e descobriram que a aceleração não gravitacional do cometa é mínima, inferior a 15 metros por dia ao quadrado, mesmo com intensa perda de massa de cerca de 150 kg por segundo. Esse equilíbrio entre perda de massa e estabilidade da trajetória sugere uma densidade e comportamento incomuns para um corpo natural desse porte.
Além disso, o 3I/Atlas apresentou mudanças de trajetória inesperadas em três ocasiões distintas. Para astrônomos e astrofísicos, desvios tão precisos e repetidos em sua rota geram questionamentos: seriam eles simplesmente efeitos físicos desconhecidos ou indicativos de algum tipo de orientação deliberada? Avi Loeb, professor de astrofísica da Universidade de Harvard, um dos principais estudiosos do cometa, afirma que “a magnitude e precisão desses desvios desafiam explicações puramente físicas conhecidas. Embora seja cedo para conclusões definitivas, não podemos descartar hipóteses de comportamento inteligente, dada a combinação de fatores observados”.
Outro aspecto que chamou a atenção foi a mudança de cor do cometa, registrada em 7 de setembro pelos fotógrafos amadores Michael Jäger e Gerald Rhemann, durante o fenômeno da “Lua de Sangue” na Namíbia. O corpo cósmico passou do vermelho para um tom verde-esmeralda, algo que não é facilmente explicado pela presença de carbono diatômico (C²), como ocorre em outros cometas. Loeb sugeriu que o fenômeno esteja ligado a um aumento abrupto na produção de cianeto e níquel sem ferro, detectado pelo Very Large Telescope em 25 de agosto. A intensidade e a rapidez dessa alteração química levantam novas dúvidas sobre a origem e a natureza do objeto.
Desde sua descoberta, o 3I/Atlas tem despertado debates intensos sobre a possibilidade de inteligência extraterrestre. A NASA mantém a posição de que se trata de um cometa natural, mas não consegue explicar todos os fenômenos observados. Para muitos cientistas, a combinação de alta massa, trajetória quase imune à gravidade solar, desvios precisos e mudanças químicas abruptas cria um quadro que foge aos padrões esperados de um corpo celeste inerte.
O cometa também apresenta dimensões incomuns para visitantes interestelares. Enquanto Oumuamua e Borisov eram relativamente leves, o 3I/Atlas possui massa estimada em 33 bilhões de toneladas, o que equivale a 3 a 5 ordens de magnitude acima dos outros objetos interestelares já registrados. Tal grandeza sugere que ele poderia resistir a forças externas de forma muito mais eficiente que corpos menores, reforçando a hipótese de comportamento não puramente natural.
O cometa passará por trás do Sol no fim de outubro, ficando fora do campo de visão dos telescópios, e deve ser novamente observável em dezembro. Cientistas e amadores da astronomia aguardam ansiosos por novas imagens e dados, que poderão trazer respostas sobre sua trajetória, composição e possíveis indícios de inteligência. Enquanto isso, o 3I/Atlas mantém o fascínio e a especulação, tornando-se um dos corpos mais enigmáticos já registrados no Sistema Solar e alimentando o debate sobre a existência de sinais de vida ou inteligência fora da Terra.
A comunidade científica segue cautelosa, mas a combinação de massa incomum, alterações de rota repetidas e mudanças químicas inesperadas torna o 3I/Atlas um objeto de estudo sem precedentes, que poderá abrir portas para novas teorias sobre a presença de objetos inteligentes transitando pelo espaço interestelar. Para astrônomos como Avi Loeb, a pergunta que permanece é: “será este cometa apenas uma curiosidade cósmica, ou o primeiro visitante que nos dá indícios de inteligência fora do nosso planeta?”
O 3I/Atlas promete manter astrônomos e entusiastas atentos até o fim do ano, quando o objeto poderá ser observado novamente, oferecendo novas oportunidades de investigação e, talvez, de respostas para um dos maiores mistérios da astronomia moderna.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper