Teve início nesta quarta-feira, 06/08, no Foro da Comarca de Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre, o júri popular do homem acusado de envolvimento nas mortes de Rubem Affonso Heger, de 85 anos, e Marlene dos Passos Stafford Heger, de 53, companheira de Rubem. O crime ocorreu em 27 de fevereiro de 2022, e os corpos das vítimas jamais foram encontrados.
O julgamento é presidido pelo juiz Márcio Luciano Rossi Barbieri Homem e tem previsão de se estender até o turno da noite. O acesso à sessão é restrito, e não foram autorizados registros de imagens do plenário. No período da manhã, oito testemunhas foram ouvidas, e o réu presta depoimento na parte da tarde, seguido da fase de debates entre acusação e defesa.
Segundo a denúncia do Ministério Público, apresentada pelo promotor Caio Isola de Aro, o réu e sua mãe, que também era acusada, mas faleceu em março deste ano, mataram Rubem e Marlene na residência do casal. Em seguida, teriam obstruído a garagem com colchões, colocado os corpos dentro de um Ford Fiesta e ocultado os cadáveres. O cachorro das vítimas também foi morto.
Em 2023, em acordo de colaboração premiada, o réu afirmou que os corpos foram queimados em uma churrasqueira, utilizando carvão e lenha. Apesar disso, até hoje não há vestígios dos cadáveres.
Atualmente internado no Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), o réu responde por duplo homicídio qualificado, por motivo torpe e mediante dissimulação ou traição, além de ocultação de cadáver. A defesa nega sua participação nas mortes e sustenta que ele foi manipulado pela mãe. “Ele confessa a ocultação de cadáver, mas não há elementos nos autos que indiquem que teria motivo ou qualquer participação nos homicídios. Isso também é válido para a morte da cachorrinha. Ele ama os animais”, afirmou o advogado André Von Berg.
O defensor acrescentou que a mãe do réu poderia confirmar a versão apresentada. “Ele foi manipulado. Espero que algum dia consiga retomar a própria vida”, declarou Von Berg.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte e foto: Correio do Povo