A Emater/RS-Ascar divulgou recentemente o novo Informativo Conjuntural destacando o avanço da colheita de citros em diversas regiões do Rio Grande do Sul. Apesar da continuidade dos tratos culturais e da boa produtividade observada em alguns municípios, o setor enfrenta dificuldades como retração da demanda industrial, preços pouco atrativos e impactos climáticos que afetam diretamente a rentabilidade dos pomares.
Na região de Bagé, as laranjas estão em fase de desenvolvimento, enquanto a bergamota passa pelo estágio de maturação e colheita. Em São Gabriel, a produção segue com frutos de bom calibre e sabor adocicado. Os preços, no entanto, não animam: o limão é comercializado a R$ 60,00 a caixa de 22 kg, e a laranja para suco, a R$ 80,00 por 25 kg. Já em Maçambará, a laranja de mesa sem semente tem valor de R$ 7,00 por quilo.
No município de Caxias do Sul, a bergamota Ponkan — de variedades precoces e ciclo médio — está na fase final da colheita. O preço segue estável na Ceasa/Serra, em R$ 2,25/kg. O frio das últimas semanas favoreceu a coloração e o sabor da fruta, segundo o boletim da Emater.
Em Passo Fundo, seguem os trabalhos com as variedades Rubi e Salustiana, com foco nos tratamentos preventivos, podas e adubações. Em Frederico Westphalen, produtores seguem colhendo bergamotas Caí e Ponkan, além de laranjas de umbigo e de suco.
Já em Erechim, o comércio permanece parado. A incerteza gerada pela nova taxação de 50% sobre o suco de laranja exportado para os Estados Unidos fez com que indústrias adiassem a compra de frutas. A comercialização de laranja in natura ainda ocorre, com preço médio de R$ 0,90 por quilo.
No Vale do Caí, as condições climáticas favoreceram a colheita, mas os produtores enfrentam dificuldades no escoamento da produção e retração da demanda industrial. O excesso de chuvas provocou quedas de frutas e podridões, com perdas de até 60% em pomares de bergamota Ponkan em São Sebastião do Caí. Já o limão, afetado pelas geadas, teve a qualidade comprometida, resultando em desvalorização. O controle da mosca-branca, segundo produtores, tem sido pouco eficaz.
Em Pareci Novo, a colheita da bergamota Caí está próxima do fim, com a caixa de 25 kg sendo comercializada a R$ 35,00. Em Bom Princípio, a safra chega a 90%, com preços em torno de R$ 30,00. Já a variedade Montenegrina iniciou a colheita, com valores variando entre R$ 50,00 e R$ 60,00, conforme o município e a qualidade.
A laranja Céu gaúcha teve a colheita encerrada em Bom Princípio e São Sebastião do Caí, enquanto em São José do Hortêncio atinge 90%. A variedade Céu paulista está no início da safra, com preços entre R$ 30,00 e R$ 40,00 por caixa de 25 kg. Já a laranja Valência apresenta baixa demanda e preços entre R$ 10,00 e R$ 25,00.
A comercialização do limão Tahiti também ocorre de forma lenta. Em Bom Princípio, a colheita atinge 60% dos 120 hectares cultivados, com preços entre R$ 35,00 e R$ 40,00 por caixa. Em São Sebastião do Caí, o valor médio é de R$ 30,00, enquanto em São José do Hortêncio chega a R$ 50,00.
Apesar do avanço da safra e da diversidade de variedades em colheita, o setor segue atento às oscilações de mercado e às condições climáticas, que têm exigido maior resiliência por parte dos citricultores gaúchos.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper