Durante coletiva realizada nesta sexta-feira (10), a Polícia Civil revelou novos detalhes do caso de envenenamento de um bolo em Torres, que chocou o Rio Grande do Sul. O secretário Estadual de Segurança Pública, Sandro Caron, destacou a necessidade de criar protocolos em conjunto com órgãos de saúde para identificar crimes semelhantes e prevenir o acesso indiscriminado a substâncias tóxicas.
“Estamos diante de um crime sem precedentes na história do RS. Precisamos ajustar melhorias e fortalecer um diálogo em nível federal para evitar que venenos sejam adquiridos da maneira como ocorre hoje”, afirmou Caron.
A delegada Sabrina Deffente, diretora da 23ª Delegacia de Polícia Regional, expressou surpresa com a facilidade com que a suspeita, Deise Moura dos Anjos, adquiriu arsênio pela internet. O veneno foi entregue via Correios e utilizado na morte do sogro da suspeita e em outras tentativas de homicídio, que ainda estão sob investigação.
“Esses produtos poderiam ter causado outras tragédias se tivessem caído em outras mãos. Cada prova técnica encontrada reforça a gravidade deste caso e aponta que estamos lidando com uma pessoa que praticava homicídios em série”, destacou a delegada.
As investigações indicam que Deise pesquisou detalhadamente sobre o uso de venenos, chegando a uma fórmula que passava despercebida ao ser misturada com alimentos como farinha ou leite em pó. Após experimentos, ela teria executado os envenenamentos, culminando na morte do sogro em setembro e no bolo que vitimou outras pessoas.
A operação policial foi batizada de Acqua Toffana, em referência a um famoso veneno à base de arsênio utilizado no século 17. Segundo o delegado Marcos Veloso, Deise comprou substâncias tóxicas em quatro ocasiões ao longo de cinco meses, demonstrando planejamento meticuloso.
A polícia e o governo estadual trabalham agora para implementar medidas preventivas que impeçam a repetição de crimes dessa natureza, em um esforço para proteger a população e reforçar a segurança em casos envolvendo substâncias perigosas.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper