O brasileiro que desejar saborear picanha em 2025 terá que desembolsar mais dinheiro do que nos últimos 18 anos. Um estudo do Instituto de Economia Agrícola do Governo de São Paulo, divulgado recentemente, aponta que o preço da carne subiu em 2024.
O valor médio do quilo da picanha se manteve em torno de R$77,44 em novembro, representando um acréscimo de R$9,77 em relação aos R$67,67 cobrados no mesmo período de 2023. Em termos nominais, o preço por quilo acumulou um aumento de R$39 entre 2014 e 2024.
Para quem planeja o tradicional churrasco com picanha nos domingos em 2025, o custo será significativo. Um grupo que comprar 5 kg de picanha para a celebração gastará cerca de R$387,20, enquanto no ano anterior, o custo era de aproximadamente R$338,35, uma diferença de R$49.
>> Preço mais alto desde 2006
O valor da picanha em 2024 é o mais elevado desde 2006. Durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), entre 2007 e 2016, o preço do quilo passou de R$22,20 para R$43,00. Posteriormente, nos mandatos de Michel Temer (2016-2018) e Jair Bolsonaro (2019-2022), o valor subiu para R$67,70.
O preço atual só fica abaixo dos valores registrados durante alguns meses da pandemia de Covid-19, em 2021, quando a média chegou a R$85,90.
>> Carnes pesam no orçamento das famílias
O aumento da picanha reflete a pressão do custo das carnes no orçamento dos brasileiros. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro indicou que o grupo de carnes teve um aumento de 14,8% entre janeiro e dezembro de 2024. A alcatra registrou alta de 9,02%, o contrafilé de 8,33% e a carne de porco de 8,14%, todos acima da inflação oficial de 4,71% no acumulado do ano.
>> Projeção para 2025 indica novos aumentos
Especialistas apontam que os preços das carnes devem continuar em alta em 2025. O instituto Quantitas estima um aumento de até 8% para o próximo ano. A CEO da Agrifatto, empresa de análise do agronegócio, prevê que o valor da arroba do boi poderá atingir R$350,00 no segundo semestre.
Fatores macroeconômicos, como a alta do dólar e as taxas de juros, além de questões específicas do setor, devem impulsionar os preços. A retenção de matrizes, após um ano de recorde de abates de fêmeas, e a crescente demanda internacional, especialmente da China e dos EUA, também contribuem para essa previsão.
O Brasil, principal exportador mundial de carne bovina, atende mais de 150 países, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, o que influencia a disponibilidade do produto no mercado interno.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper