O churrasco gaúcho perde um de seus maiores símbolos. A Azevedo Bento, tradicional empresa proprietária da marca de sal Pirata, anunciou o encerramento de suas atividades após quase 170 anos de história. Fundada em 1855, em Porto Alegre, a indústria era considerada a mais antiga em operação no Rio Grande do Sul e conquistou reconhecimento nacional também com a marca Salazir.
Em comunicado oficial, a companhia afirmou que fatores externos inviabilizaram a continuidade do negócio. O golpe mais duro veio com a enchente histórica que atingiu o Estado neste ano, reduzindo o calado da hidrovia e limitando a carga dos navios a granel. A mudança elevou drasticamente os custos do frete marítimo, tornando o modelo de operação insustentável no longo prazo.
A Azevedo Bento, entretanto, já havia enfrentado dificuldades financeiras. A empresa passou por um processo de recuperação judicial, encerrado em 2022, após ser adquirida pela Indústria de Sal Romani. Mesmo assim, seguiu atuando como referência no setor, sendo parte inseparável da memória cultural e alimentar dos gaúchos.
Nas redes sociais, a marca relembrou sua trajetória que atravessou desde o período do Império até os desafios econômicos contemporâneos. Agora, encerra suas atividades em meio a um cenário de incertezas para a economia gaúcha, deixando uma lacuna na tradição do churrasco do Rio Grande do Sul.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper