A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira (26) que a conta de luz terá bandeira vermelha patamar 1 no mês de outubro. O modelo tarifário representa um custo adicional de R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, valor menor do que o aplicado nos meses de agosto e setembro, quando vigorou a bandeira vermelha patamar 2.
A redução já era esperada por agentes do setor elétrico, mas reflete um cenário ainda de alerta. Segundo a Aneel, o volume de chuvas segue abaixo da média, afetando o nível dos reservatórios das hidrelétricas. Para garantir o abastecimento, será necessário manter o acionamento de usinas termelétricas, que têm custo mais elevado.
Em nota, a Agência explicou que a geração solar, embora importante, é intermitente e não consegue suprir toda a demanda. “É necessário o acionamento das termelétricas para garantir energia quando não há iluminação solar, inclusive no horário de ponta”, informou o órgão regulador.
As projeções elaboradas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) já apontavam duas possibilidades: a manutenção da bandeira vermelha 2 ou a redução para o patamar 1. A escolha pelo cenário menos oneroso traz alívio parcial ao consumidor, mas mantém a pressão sobre os gastos com energia.
Além do baixo índice de chuvas, outro fator de peso é a elevação do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), indicador do valor da energia no mercado de curto prazo, que superou R$ 300 por megawatt-hora (MWh) nos últimos levantamentos da consultoria Dcide.
Histórico recente
Em 2024, a tarifa fechou o ano com bandeira verde. Já em junho de 2025, diante da piora no regime de chuvas, foi acionada a bandeira vermelha 1, repetida em julho. Nos meses seguintes, a Aneel elevou o patamar para a bandeira vermelha 2, mais cara. Agora, em outubro, a cobrança recua novamente para o nível intermediário.
A Aneel seguirá monitorando as condições climáticas e o comportamento do sistema elétrico para definir os próximos ajustes no calendário de bandeiras tarifárias.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper