Estruturado e administrado integralmente pela iniciativa privada, o Aeródromo de Cruz Alta vem se firmando como um novo polo de aviação executiva na Região do Alto Jacuí, no Norte do Rio Grande do Sul. Inaugurado há cerca de quatro anos e gerido pela Erico Verissimo Gestão de Aeroporto Ltda., o empreendimento simboliza o avanço da infraestrutura aeronáutica regional em um cenário de expansão econômica e de fortalecimento das conexões logísticas.

Com uma pista asfaltada de 1.200 metros de comprimento por 23 metros de largura, o aeródromo está equipado com sistema de balizamento noturno, permitindo operações também durante a noite. O espaço conta ainda com área de integração, utilizada como terminal de passageiros, e oferece serviços de hangaragem e abastecimento com combustíveis Avgas e Jet A-1.
De acordo com Lucas Monteiro, administrador do Condomínio Aeronáutico Erico Verissimo, o aeródromo recebe, em média, 60 voos executivos por mês. “Hoje, predominam as operações de aviação executiva, mas o crescimento econômico de Cruz Alta e o aumento da demanda regional indicam um cenário promissor para a aviação comercial nos próximos anos”, afirma.

Monteiro explica que o aeródromo foi concebido como um condomínio aeronáutico privado, modelo ainda pouco comum no Estado. “Tanto a propriedade quanto a gestão são inteiramente privadas. Isso garante agilidade na administração e flexibilidade para atender às necessidades dos usuários”, destaca. Embora não haja planos imediatos de ampliação, ele adianta que o projeto foi desenvolvido para permitir expansão gradual conforme o aumento da movimentação aérea.
O administrador também revelou que já houve tratativas iniciais para uma rota entre Cruz Alta e Porto Alegre. “Nosso foco agora é estudar o mercado e retomar o diálogo com companhias aéreas regionais. Acreditamos que essa possibilidade volte à pauta em breve”, projeta Monteiro.

Atualmente, o aeródromo ainda não possui integração formal à malha aérea estadual, por não operar voos regulares, mas a expectativa é de que, a médio prazo, Cruz Alta se torne um elo estratégico entre o Norte e o Centro do Estado, fortalecendo a mobilidade corporativa e o acesso a serviços logísticos de alto valor agregado.
A prefeita Paula Librelotto também vê o espaço como uma oportunidade de crescimento. “Apesar de ser um aeroporto privado, ele tem capacidade para receber voos comerciais no futuro. Estamos em negociação para tentar trazer alguma rota, até mesmo uma escala de voos regionais”, afirmou.
Segundo Paula, Cruz Alta é o município gaúcho com a maior frota de aviões particulares e agrícolas, o que reforça o potencial de crescimento do setor. A chefe do Executivo municipal também destacou que o aeródromo trouxe ganhos à cidade, como a viabilidade de suporte aeromédico e a atração de novos investidores.
“Mesmo sendo totalmente privado e sem voos comerciais, esse aeroporto tem trazido muitos investidores. O fato de poder pousar aqui nos colocou em outro patamar. Pouquíssimas cidades no Rio Grande do Sul têm ferrovia, rodovia e aeroporto, como Cruz Alta”, ressaltou a prefeita.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte: Jornal do Comércio/Tânia Mainerz